De madrugada

Hoje completei meu quinto dia de caminhadas. O primeiro matutino. 

Acordei às 5:40h. Pra mim esse horário é a morte. Considere que sou daqueles que fica acordado até, no mínimo, 00:15h e que, pela manhã, acorda sob o chuveiro. Normalmente são necessários 5 minutos debaixo d'água para me fazer abrir os olhos. Depois embalo. Hoje não haveria chuveiro, nem a tradicional "soneca" (snooze) no despertador - não dá pra submeter a esposa, de sono leve, a uma rotina como essa. Teria que acordar de pronto. Foi quase assim. O celular passou da fase de só vibrar. Começou a música. Gradual. Aumentando aos poucos, até o tranco! Tranco? Sim... minha esposa me empurrando. Estava na hora. Saí do quarto pra me aprontar em outro cômodo. Tudo devidamente separado.

Vamos embora.

Manhã fria. Rua deserta. Escuridão plena. No Ipod, Stevie Wonder cantando "Love´s in need of love today" – cirurgicamente escolhida para acompanhar o nascer do dia. Monitor cardíaco ajustado. Cronômetro preparado...

Antes de continuar, tenho que confessar que trapaceei um tiquinho. Hoje, desliguei o vibrador do frequencímetro. Depois de quatro sessões de caminhada, ter esse monitor estampando minha insuficiência física a cada pequeno aumento da frequência é um tanto chato. Mas acreditem, senti sua falta. A ausência do sinal de alerta foi pior. A todo instante lá estava eu tendo que checar o monitor e avaliar meus batimentos. Pois é..., ainda preciso andar vagarosamente para manter a frequência na faixa desejada. Cinco dias depois a única mudança é psicológica, o que não me frustra em nada. Embora fisicamente os efeitos do sedentarismo permaneçam, já me reconheço nos muitos corredores que encontro pelas ruas; e isso dá uma incrível sensação de estar na direção certa.

Caminhei pra longe de casa, com uma certa preocupação em razão da escuridão. Acho que com o tempo irei definir os melhores trechos para serem percorridos. O de hoje foi excelente. Na primeira meia hora, presenciei o início do dia e toda a movimentação dessas primeiras horas. A segunda parte da caminhada trouxe a surpresa do encontro com um amigo. Caminhamos juntos durante 20 minutos. Durante esse tempo, me mantive na frequência cardíaca alvo, conversando continuamente sem ficar ofegante (que segundo  entendidos, é um bom indicador de que eu não estava além das minhas capacidades). 

Amanhã, pela minha planilha, deveria descansar. Mas vou furar a greve. 

Até a próxima!

Luiz Guilherme Loivos