Era chegado o dia da prova.
Desejava um clima fresco, mas reservaram pra um dia quente, de sol e sem nuvens. Então seria assim: a primeira Maratona teria sabor de Maratona.

Iniciei a prova sem a noção de como deveria me comportar. Uma página em branco a ser preenchida e, mesmo com todos os treinamentos feitos, esqueci por onde começar.
Os cinco quilômetros iniciais foram de reordenação do meu corpo e mente. Entrei no quilômetro cinco ainda desorganizado e indócil. Ao mesmo tempo que o calor crescente me mantinha conservador, eu me inquietava com os segundos que ia perdendo a cada quilômetro. É obvio que sempre tive um desejo de superar meus tempos durante a Maratona, a exemplo do que fiz em outras provas. Mas, iniciada aquela peleja, desconfiei que não poderia colocá-la na mesma prateleira das demais.

O medo desapareceu quando realizei que seria impossível consumar a Maratona idealizada e que o pace praticado em treinos não caberia naquelas condições climáticas. Naquele instante, parei de travar batalhas com o sol e segui de acordo com o que cabia em meus pulmões. No quilômetro 8, relaxei. Um alívio me invadiu, sorri. Percebi que, daquela maneira, conseguiria vencer a prova.
Prossegui com a certeza de estar com a estratégia certa nas mãos e resisti às tentações de mudar meu ritmo. Embora eu sentisse que poderia apertar o pace, só iria decidir pela mudança de ritmo no quilômetro 30.
Considero ter ultrapassado as subidas do quilômetros 23 e 28 com tranquilidade. Atenuava o calor de mais de 30 graus a cada posto de hidratação em que eu bebia 100 ml d'água, jogando 300 ml para no corpo.
Entre os quilômetros 28 e 29, talvez tenha vivido o melhor momento da prova. A organização nos fez correr ao som de música clássica; o som de violinos preenchia toda a extensão do túnel São Conrado.
A subida na Niemeyer foi um momento definitivo na corrida. Ao redor, muitos quebravam: andavam ou alongavam as panturrilhas enquanto eu seguia inteiro. A entrada no Leblon foi outro momento marcante, por estar saindo com velocidade da descida do Vidigal e encontrar uma concentração popular que aplaudia cada atleta que por ali chegava. Entrava nos últimos 12 km cheio de disposição. Acelerei levemente o pace. Ao redor, muitos corredores ficavam para trás, sofriam com câimbras, outros eram conduzidos pelas ambulâncias em direção ao posto médico.
Ultrapassada a praia de Ipanema, em Copacabana ganhei um gás extra. Faltavam apenas 5 quilômetros e à frente, minha família me esperava no caminho e pude correr alguns metros ao lado de minha filha. Entrei nos quilômetros finais renovado e com energia para um sprint nos últimos 700 mt. Venci os 42.195 mt sentindo que poderia correr mais 10 km.
Não concluí minha Maratona em menos de 4h. Também não consegui manter meu plano inicial de 4h e 15 min. Mas venci! E terminei inteiro! Sei que poderia ter dado mais, mas só percebi isso após a conclusão da prova.
Não tive muros em meu caminho; não tive ursos subindo em minhas costas; depois do quilômetro 8, em nenhum momento achei que não conseguiria terminar; também não pensei em desistir. De repente, a maratona tornou-se algo tangível e hoje a tenho na palma das minhas mãos. Não houve grandes dramas e, por isso, embora muito feliz, não estou eufórico.
A distância foi concluída em 4h37min48seg. Sou, enfim, um Maratonista. Mas ainda sou um sedentário que luta, dia após dia, para manter-se em atividade.
Chego ao fim dessa caminhada e considero ter saído vitorioso e fortalecido. Foram três anos lapidando um indivíduo resistente e confiante - um tolo que descobriu que, adotando uma estratégia correta, definitivamente, não tem limites.
Um grande abraço e um eterno agradecimento a todos que contribuíram com essa conquista:
Minha querida esposa Karine: pela paciência em me aguentar e por ter tolerado minha ausência durante os treinos.
Minha filhota: simplesmente por existir na minha vida.
Meus pais, minha irmã e meus amigos Apicianos;
meu coach Rodrigo (Ápice) e Cláudio (Ápice): sem vocês eu não iria tão longe;
à Tatiana e Fernando (449 - nutrição) e tantas outras pessoas e amigos que estiveram a meu lado durante esses 3 anos.
Que venham outros desafios.
Luiz Guilherme Loivos de Azevedo
![]() |
Descendo o Vidigal Entrando no Leblon |
![]() |
Eu e Júlia - Copacabana |
Não concluí minha Maratona em menos de 4h. Também não consegui manter meu plano inicial de 4h e 15 min. Mas venci! E terminei inteiro! Sei que poderia ter dado mais, mas só percebi isso após a conclusão da prova.
![]() |
Sprint final |
![]() |
Linha de chegada |
A distância foi concluída em 4h37min48seg. Sou, enfim, um Maratonista. Mas ainda sou um sedentário que luta, dia após dia, para manter-se em atividade.
Chego ao fim dessa caminhada e considero ter saído vitorioso e fortalecido. Foram três anos lapidando um indivíduo resistente e confiante - um tolo que descobriu que, adotando uma estratégia correta, definitivamente, não tem limites.
Um grande abraço e um eterno agradecimento a todos que contribuíram com essa conquista:
Minha querida esposa Karine: pela paciência em me aguentar e por ter tolerado minha ausência durante os treinos.
Minha filhota: simplesmente por existir na minha vida.
Meus pais, minha irmã e meus amigos Apicianos;
meu coach Rodrigo (Ápice) e Cláudio (Ápice): sem vocês eu não iria tão longe;
à Tatiana e Fernando (449 - nutrição) e tantas outras pessoas e amigos que estiveram a meu lado durante esses 3 anos.
Que venham outros desafios.
Luiz Guilherme Loivos de Azevedo
Parabéns, Luiz!!
ResponderExcluirE que venham as próximas maratonas!!
Abraço e bons treinos.
Jorge, obrigado pela presença constante por aqui e pela força.
ResponderExcluirAgora é a sua vez. Boa prova!
Parabéns Luiz, sou como você um ex sedentário que encontrou nas corridas um meio de se sentir bem comigo mesmo. Acho que posso dizer que li todos os seus posts, e não via a hora de ler este em que você descreve a sua conquista para lhe dá os parabéns pela determinação, e habilidade de registrar tudo de um maneira sincera e ao mesmo tempo muito empolgante. Diga para sua mulher e sua filha, que o tempo em que você ficou longe delas para treinar e competir, serviu para ajudar muita gente. Mais um vez meus parabéns, eu sabia que você conseguiria!
ResponderExcluirLuiz Antonio Moura
Luiz Antônio, meu xará, estou emocionado com sua mensagem. Muito obrigado por suas palavras. Posso te dizer que elas trouxeram um sabor de conquista, além do que eu almejava. Em resumo: saí no lucro!!!! Obrigado mesmo!! Quanto à minha mulher, já mandei ela ler sua mensagem. rssss Abração!!
ResponderExcluirLuiz Guilherme Loivos
P.S. Minha mulher adorou!!!!
Olá Luiz, acabei de ler seu post com muita alegria e emoção. Espero com ansiedade poder relatar em meu blog(http://desafiodos42km.blogspot.com.br/) um feito semelhante ao seu, que é a conquista da primeira maratona. Venho treinando a quase 1 ano, iniciei do ponto zero em termos de condicionamento e experiência com a corrida, e graças a Deus evoluí bastante nesses aspectos. Confesso que ao ler seu relato pude me transportar com emoção para a linha de largada, bem como imaginar toda felicidade e outros ótimos sentimentos que você deve ter sentido ao cruzar a linha de chegada. PARABÉNS POR ESSA SUA CONQUISTA e que venham muitas outras!! Abraços,
ResponderExcluirOlá Roberto, muito obrigado! Passei no seu blog para dar uma olhada. Vc já definiu qual a maratona que irá correr? Já tem data para o desafio? Abraço. Luiz Guilherme
Excluir