Montanha Russa

Quem nunca teve viveu um inferno astral???

Em 30 dias, fui de um extremo a outro. Vamos por partes. Começando pelo melhor momento.

A satisfação em ser corredor.

- Há 2 semanas fui realizar um exame. Sobre a maca,  enquanto esperava o anestesista e a médica, meu olhar percorria toda a parafernália eletrônica à qual eu estava conectado. No alto de uma espécie de Rack um monitor estampava meu batimento cardíaco e o nível de oxigênio do meu sangue. Não dei importância pra o que via até que me dei conta que coração batia apenas 48 vezes por minuto. Um adulto tem batimentos variando entre 60 e 100. Minha frequência sempre variou entre 75 e 80. Quando a equipe médica entrou, veio a pergunta: 

- Quarenta e oito? Você é atleta? 

hahahahahahahahaha... sorri satisfeito (cheio de orgulho). 

- Acho que sou!

O início do declínio.

- Há um mês, baixei bem meu tempo para os 10 km, completando-os em 53 minutos. Pra um pangaré como eu, isso é pra lá de bom. Acho que comecei a ficar obcecado em melhorar ainda mais o tempo. Queria correr 10km pra 50 minutos. 

Mas, como já disse, pra um pangaré, 53 já é muito bom. Vários treinos vieram e 53 se manteve meu recorde. 

Correr foi ficando cansativo e, sem melhoras no tempo, foi ficando cinza. Espero que entendam o que quis dizer.

A queda.

- Semana passada, vivi meu pior momento. Fiquei desmotivadíssimo. Estava insuportável. Correr era chato! Terminei meu treino de 10 km sem nenhuma satisfação. Estava, em realidade, irritado. Cheguei a questionar o objetivo de tanto esforço. Quis largar tudo! Mas era um pensamento tão surreal, após tudo que alcancei, que precisava buscar nova saída para a crise. Largar, não poderia ser uma opção. 

Precisava resgatar o prazer de correr. Sim, correr pode ser prazeroso. Nem sempre é, mas, ao final do treino, a sensação é ótima. Até isso eu tinha perdido. 

Aquiraz (CE) - volta por cima

Deixei a planilha de lado, nessa última semana. Conversei com Rodrigo (Coach) e tive seu aval. Queria apenas correr. Sem ter que dar tiro ou realizar subidas e descidas.

A retomada.

- Pode parecer ridículo, mas a adequação da playlist do Ipod faz a diferença. A mudança começaria por ali. Não haveria música ritmada com batidas fortes. O objetivo seria outro. Não queria baixar o tempo. Então, aboli o Rock habitual e dei lugar à MPB. Saem Third Eye Blind, The Black Crowes e The Strokes  pra entrada de Flávio Venturini, Antônio Villeroy, Boca Livre e 14 Bis. Correria embalado por molodias especiais pra mim. A paisagem seria a "fotografia" do filme que decidi criar durante aqueles 10 km. 

Play... 

E lá fui eu.... 

                 ....e cá estou! Recuperado!  De volta ao início. Satisfeito em ser corredor! 

Para coroar este momento, estou fazendo meus treinos em Aquiraz (CE). Uma semana de férias! Cenário e trilha sonora perfeitos. Sem palavras!

Um grande abraço a todos e até a próxima. Ah!... e bons quilômetros.
LG