Esse Blog teve seu início no dia 08 de junho de 2010 e seu post final foi publicado no dia 14 de julho de 2013, quando o objetivo da Maratona foi alcançado.
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Máquina de movimento perpétuo

Moto Contínuo ou Máquina de movimento perpétuo.
Denominações distintas para uma máquina hipotética que não perde energia em seu movimento e, dessa maneira, após começar a se mexer, não para mais.
Alguns já perceberam onde quero chegar. Pra quem não pescou a idéia, vamos ao meu devaneio.

Acredito que é possível correr em moto contínuo. Acho sinceramente que existe uma técnica, num ritmo próprio, em que um indivíduo poderia funcionar como uma máquina de movimento perpétuo. Tirando o exagero do pensamento, quero dizer que existe um modo em que nos desgastamos o menos possível, sem perder velocidade e que se relaciona com o tipo de pisada, com a elevação das pernas, a amplitude  e frequência das passadas.

Sempre me interessei por esse assunto. De tudo relacionado à corrida, a postura, a pisada, frequência e amplitude das passadas sempre me provocaram mais interesse.

Comecei a ficar invocado com isso há uns dois anos, quando encontrei Marquinho no parque. Ele é personal e iria correr 6 km com um de seus alunos. Sua imagem é de um senhor grisalho, com uns 55 anos. Sua corrida é econômica, com passadas curtas. Conversamos um pouco e ele me convidou para correr junto. Lá fomos nós. Marquinho com seu passinho miúdo em seus 1,62 de altura. Eu, ao lado, achei que seria moleza acompanhar aquele ritmo, do alto de meus 1,85 mt. Marquinho e seu aluno conversavam como duas mulheres, após uma festa de casamento. Eu, enquanto isso, mal respirava direito!

Voltei a pensar nesse assunto durante a leitura do "Nascido para Correr". O livro é excelente, mas tem um ditado que o explica bem: quando o único instrumento que você tem é um martelo, todo problema que aparece você trata como sendo prego. E McDougall é meio martelo, vendo prego em tudo quanto é coisa; tudo pra ele é fruto ou causado pela corrida. Mas o livro tem muitos méritos. Ele, por exemplo, trata muito convincentemente a questão do "Barrefoot Run"- a corrida descalça. Também me instigou  quando ele abordou técnicas de corrida.

Desde então, sempre me atrai o olhar um corredor de passadas curtas. Foi assim quando cruzava os 6 km da praia de Moçambique, na volta à ilha. Enquanto me esfalfava para manter um pace de 5 min, uma mulher me passou, com passos curtos e ritmados. Em seu semblante, uma tranquilidade ímpar, de quem não fazia esforço algum. Brabo!

Essa semana havia um senhor, de uns 54 anos, com uma mochila de hidratação correndo na pista do parque. A mochila me remetia a um treino longo. Sua técnica era tosca. Uma alternância bem curta de passadas e com uma postura de braços fora do comum - quase alinhados com o tronco. Mas, seu pace girava abaixo dos 5:30 (fácil). Apesar da corrida feia, ali estava uma máquina de movimento perpétuo que passou por mim com tranquilidade e foi embora.

Durante meus treinos, busco replicar os movimentos desses tantos corredores que vi por aí. Tento achar um ponto em que a corrida flua. Busco uma passada específica, um ritmo; associo com movimentos dos braços. Acho que acerto, mas logo me perco e a coisa não se solidifica. Mas continuo! Sempre na busca por essa fórmula - como um eldorado particular -; em busca de uma corrida otimizada e fluida!

E vamos que vamos.
Grande abraço e até a próxima

Luiz Guilherme Loivos de Azevedo

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